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Hiperplasia Sebácea – o que é? como tratar?

A hiperplasia sebácea é uma condição benigna e comum. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, pequenas, amareladas, com depressão central, frequentemente encontrada na face. Ocorre devido ao aumento das glândulas sebáceas, que se tornam mais volumosas. Podem estar associadas a idade, exposição solar, e pessoas que usam ciclosporina.

 

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As lesões podem ser únicas ou múltiplas, pequenas, amareladas, com depressão central.

O que é a hiperplasia sebácea?

São lesões da cor da pele que dão origem a pequenas pápulas que não coçam, nem doem. São causadas pelo aumento das glândulas sebáceas, responsáveis pela produção do sebo da pele. Essas glândulas podem ter um aumento de tamanho ou dilatação o que constitui a hiperplasia da glândula sebácea.

Como se apresentam?

 

Normalmente existe o aparecimento de pápulas amareladas, com 2-5 mm de diâmetro, com uma depressão no centro. Elas são macias e superficiais, podem ter coloração amarelada, rosada ou cor da pele.

É comum aparecer no rosto, testa nariz e bochechas, porém, pode surgir no tórax e o pescoço.

Frequentemente encontrada na face sendo mais comum nos pacientes idosos, porém, os jovens também podem apresentar.

A hiperplasia sebácea pode ser confundida, em raros casos, com carcinoma basocelular (câncer de pele mais comum), principalmente se for única. Neste sentido, é fundamental marcar uma consulta com o seu dermatologista para fazer o diagnóstico correto.

Quais são as causas?

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP

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Diagnóstico

O diagnóstico é realizado através do exame clínico pelo médico especialista.

Em alguns casos, pode ser necessária a realização da biópsia da lesão e exame anatomopatológico para confirmar o diagnóstico.

Diversas lesões podem ser parecidas com a hiperplasia sebácea e fazem diagnóstico diferencial, são eles: 

Xantelasma

O xantelasma é formado pela deposição de gordura nas células da pele, resultando em pápulas ou placas, amareladas ou alaranjadas, localizado  na região ao redor dos olhos. Frequentemente associado a dislipidemia. 

Leia mais sobre xantelasma aqui.

Mílios

As mílias ou mílios ou milium são pequenos cistos localizados na epiderme, região mais superficial da pele. Essas lesões são compostas por queratina. Também aparecem predominantemente ao redor dos olhos, mas podem surgir em qualquer lugar do corpo. As lesões podem ocorrer em recém-nascidos e resolve-se espontaneamente nas primeiras semanas de vida. Podem ocorrer quando por algum motivo a pele passa um processo de cicatrização, após procedimentos estéticos. 

Siringoma

Siringomas são pequenos tumores benignos que se originam nas glândulas sudoríparas, responsáveis pela produção de suor.

Caracteriza-se pelo aparecimento de pequenas pápulas, cor da pele, que podem ser múltiplas ou isoladas. Essas lesões aparecem principalmente na face, em especial na região ao redor dos olhos. Leia mais sobre siringoma aqui.

Carcinoma basocelular

É o câncer de pele mais prevalente, surgem  nas regiões mais expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Se apresenta como uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, podendo ter uma crosta central e sangrar facilmente.

O diagnóstico é importante para a escolha do melhor tratamento e acompanhamento. Vamos falar sobre isso?

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Como tratar a Hiperplasia sebácea?

Primeiro é importante entender não haver obrigatoriedade de tratamento. A lesão é benigna e não traz grandes repercussões. Se houver incômodo estético, as lesões podem ser removidas.

Existem diferentes abordagens utilizadas que visam a destruição ou remoção das lesões  de hiperplasia sebácea.

Dentre os principais métodos utilizados podemos citar: Eletrocauterização, Cauterização Química,  Laser e Remoção Cirúrgica. 

A escolha do melhor método, que podem, inclusive, serem associados, depende de alguns fatores:

localização das lesões
número de lesões
tamanho das lesões
cor da pele

A escolha do melhor método deve ser realizada em parceria entre você e o seu médico.

Independente do método escolhido, é sempre importante ter em mente, que o processo de cicatrização é individual. Algumas pessoas podem evoluir com uma mancha residual, cicatriz hipertrófica ou cicatriz deprimida.

Importante lembrar, que se for optado pela destruição da lesão, através de ‘laser’, eletrocauterização ou  destruição química com ácido, algumas sessões podem ser necessárias para que as lesões sejam totalmente eliminadas. E que uma vez eliminadas, elas podem recidivar.

 

Vamos entender melhor como funcionam cada um desses tratamentos?

Eletrocauterização 

A eletrocauterização é um procedimento utilizado para tratar hiperplasias sebáceas, xantelasma e siringomas. 

O procedimento tem início com a limpeza do local, seguida pela injeção de um anestésico. Em alguns casos, é aplicado também um vasoconstritor, que ajuda a conter possíveis sangramentos. A lesão é então carbonizada por eletricidade e calor. 

 Normalmente, o paciente pode retornar as suas atividades rotineiras no mesmo dia, sendo ele orientado a ter alguns cuidados com o ferimento.

Esses cuidados são simples, uma limpeza cautelosa da região tratada, evitar exposição solar e suspender a utilização de qualquer produto abrasivo. 

Posteriormente, formam-se pequenas crostas que caem sozinhas. As lesões cicatrizam em torno de 7 a 10 dias.

Cauterização química

A cauterização química é um processo similar a eletrocauterização. Contudo, enquanto na eletrocauterização é utilizada eletricidade e calor, na cauterização química a remoção é feita por meio da aplicação de uma substância cáustica ou ácida, geralmente, o ácido tricloroacético.

Após a limpeza da área a ser tratada, é aplicado a substância. É comum que a lesão se torne esbranquiçada ou amarelada devido à ação da substância. 

Nos dias que seguem ao procedimento a pele pode permanecer avermelhada, irritada e até inchada. A área vai se tornando mais enrijecida devido à morte celular, com formação de crosta. Os sinais da cauterização devem desaparecer completamente duas semanas após sua realização. 

São recomendados alguns cuidados com a pele, basicamente os mesmo citados anteriormente. Dependendo da lesão, podem ser indicadas mais de uma sessão.  

Laser 

Normalmente os ‘lasers’ mais usados são o CO2 ou o Erbium YAG.

A terapia com laser é muito utilizada nos mais diversos tratamentos para pele. Você provavelmente já ouviu falar nela como um método de rejuvenescimento cutâneo. 

O CO₂ ou Erbium YAG provoca um processo inflamatório na pele, que estimula a produção de colágeno e a cicatrização, melhorando lesões como a hiperplasia sebácea. 

Este tratamento é indicado para as peles mais claras e deve ser ajustado de maneira apropriada. 

O procedimento é realizado em consultório sob anestesia local, geralmente um anestésico tópico de alta absorção. 

Embora cada organismo responda ao tratamento a sua maneira, a recuperação costuma ser o fator limitante. Visto que a pele pode ficar edemaciada nos primeiros dias, com uma textura e coloração diferentes. Depois inicia-se um processo de renovação celular e descamação. O período de recuperação da pele pode demorar 7 a 10 dias. 

O uso de protetor solar e hidratação da pele é muito importante no período pós laser. Como a pele pode ficar sensibilizada, o uso de água termal ou compressas com água gelada são recomendadas para aliviar desconfortos.

Remoção cirúrgica

Após infiltração anestésica, consiste em excisar a lesão por completo, através de shaving, tesoura de castroviejo ou bisturi. Nem sempre há necessidade de suturar as bordas. Pode-se deixar cicatrizar por segunda intensão, isto é, espontaneamente.

A recuperação dura de 7 a 14 dias.

Dependendo do número de lesões, se forem muito numerosas, o tratamento pode ser realizado em uma ou mais etapas.

Este método mais invasivo apresenta menor risco de recorrência, com a vantagem de não precisar de algumas sessões. 

Uma vez seguidas corretamente as orientações médicas, a pele gradualmente vai desenvolvendo um aspecto saudável e belo.

Isotretinoína

A isotretinoína é um medicamento utilizado no tratamento de acne severa, rosácea, foliculite dissecante e também hiperplasia sebácea.

Este tratamento pode reduzir o número das lesões, no entanto, caso o tratamento seja descontinuado, a recidiva pode ocorrer.

Retinol

Quando aplicado na pele, esta forma de vitamina A pode ajudar.

O retinol precisa ser aplicado por cerca de duas semanas para funcionar.

 

 

É possível prevenir?

Ainda não há um recurso capaz de impedir que novas lesões apareçam em pacientes predispostos ao problema.

Mas você pode reduzir seu risco de obtê-la.

Lavar seu rosto com um produto de limpeza que tenha ácido salicílico ou usar produtos com retinol pode ajudar.

 

A hiperplasia sebácea está ligada à exposição ao sol, portanto, ficar o máximo possível fora do sol também pode ajudar a preveni-la. Quando você estiver ao sol, use um protetor solar com um FPS de pelo menos 30 e use um chapéu para proteger seu couro cabeludo e seu rosto.

Se você por algum motivo faz parte do grupo de risco, fique atento aos sintomas, e diante de qualquer sinal da doença, consulte um dermatologista de sua confiança.

É importante saber que nenhum tratamento cura a hiperplasia sebácea, eles apenas controlam a condição. É provável que volte ao longo do tempo, mesmo após ter tratado. Se este for o caso, novas abordagens serão necessárias.

Referências Bibliográficas

Schönermark MP, Schmidt C, Raulin C. Treatment of sebaceous gland hyperplasia with the pulsed dye laser. Lasers in Surgery and Medicine: The Official Journal of the American Society for Laser Medicine and Surgery. 1997;21(4):313-6.

Tagliolatto S, Santos Neto OD, Alchorne MM, Enokihara MY. Sebaceous hyperplasia: systemic treatment with isotretinoin. Anais brasileiros de dermatologia. 2015 Apr;90(2):211-5.

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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