Verrugas: o que fazer?

As verrugas são pequenas protuberâncias firmes e rugosas sobre a pele. Geralmente não possuem nenhum outro sintoma se não o descrito, com exceção das que surgem na planta do pé, que podem acabar se tornando dolorosas.

Esta é uma condição bastante comum, especialmente em meio aos jovens, faixa etária de maior prevalência. Estima-se que todos sejam afetados pelo distúrbio pelo menos uma vez ao longo da vida.

Em geral, nenhum tratamento é necessário. O problema costumeiramente desaparece com o passar dos meses e anos mesmo sem nenhuma intervenção

No entanto, devido aos incômodos estéticos provocados, muitas pessoas acabam buscando formas de acelerar esse processo.

Outra preocupação envolvendo verrugas é uma possível proliferação pré-cancerosa. Contudo, pelo menos na maioria dos casos, se trata de um distúrbio benigno, facilmente resolvível.

Quer saber mais? Continue a leitura para entender o que são as verrugas, quais são os seus tipos principais e o que fazer diante delas.

O que são verrugas?

As verrugas são pequenas tumorações benignas que crescem sobre a pele causadas pelo papilomavírus humano (HPV). Tais alterações podem surgir na mais diversas partes do corpo e são mais comuns no rosto, no pescoço, nas genitais e nas mãos. Como vimos, geralmente não provocam nenhum outro sintoma além da alteração cutânea que a define.

Esta é uma condição bastante variável tanto em seu formato quanto em seu tamanho. Além disso, elas podem surgir com texturas diferentes, indo de superfícies lisas a protuberâncias bem rugosas.

A infecção se dá nas camadas mais superficiais da pele ou da mucosa, o que ativa um crescimento anormal de células da epiderme. Geralmente tal processo tem início por meio de pequenas lesões ou ferimentos que permitem a inoculação do HPV a este tecido. Baixa imunidade é um fator de risco para este tipo de problema, pois deixa o indivíduo mais vulnerável a microorganismos invasores.

verruga

Tipos

De acordo com sua localização ou formato, as verrugas podem ser classificadas como:

Verrugas comuns

As verrugas comuns, também conhecidas como vulgares, possuem um formato bem arredondado e uma textura áspera. Geralmente apresentam coloração similar a do restante da pele.

Dentre as áreas mais atingidas, podemos citar as mãos, os joelhos, os cotovelos e os dedos.

Em geral, essas são alterações benignas e não possuem nenhuma relação com doenças mais graves.

Verrugas plantares

O termo plantares é um indicativo de localização. As verrugas deste tipo, também chamadas de olhos de peixe, se desenvolvem nas plantas dos pés, até por isso, são muitas vezes confundidas com calos.

Neste caso, o quadro clínico é marcado por lesões ásperas e acinzentadas profundas, benignas, mas um pouco mais difíceis de tratar se comparada às verrugas comuns.

Verrugas planas

Enquanto no item anterior falamos sobre um tipo classificado por sua localização, aqui estamos nos referindo a uma diferenciação por formato. Como o próprio nome diz, essas são verrugas planificadas.

Outra peculiaridade deste tipo de distúrbio, é que na maioria das vezes ele se manifesta por protuberâncias múltiplas.

Verrugas filiformes

As verrugas filiformes, assim como as demais já apresentadas, são benignas. O que as diferencia é seu formato peculiar, mais afilado, como um pequeno fio de pele protuberante.

Além desta, outra característica marcante esta presente, o fato de ser consideravelmente mais comum em pessoas mais velhas.

Verrugas periungueais

Bem como as verrugas comuns, as periungueais possuem formato arredondado, no entanto, os locais mais atingidos por este  tipo de distúrbios são os arredores das unhas, o que explica sua denominação.

Verrugas subungueais

São chamadas subungueais as protuberâncias que surgem debaixo das unhas. Muitas vezes elas acabam passando despercebidas, no entanto, dependendo do seu tamanho, podem acabar afetando o crescimento da unha, gerando deformidades e ondulações.

Verrugas anogenitais

O último tipo também é bastante conhecido, são as verrugas anogenitais. A condição ocorre especificamente em área genital, perianal, oral e na uretra.

Apesar de não serem malignas são bastante preocupantes, já que na maioria das vezes possuem relação com Doenças Sexualmente Transmissíveis. Além disso, podem ser precursoras de câncer de útero ou de pênis.

Sintomas

O quadro mais típico da verruga você já conhece bem: uma pequena protuberância arredondada sobre a pele, geralmente da mesma cor que este tecido.

Seus primeiros sintomas aparecem meses após a infecção e raramente são motivos para preocupação.

A manifestação clínica da verruga depende do sorotipo do vírus responsável pela infecção. Alguns deles preferem a face, enquanto outros geralmente infectam as mãos e os pés, por exemplo.

Diante disso, há uma alta variabilidade não só na localização, mas também no formato das verrugas, que podem se assemelhar a um cogumelo, a uma cúpula ou mesmo a uma couve-roxa.

Em sua maioria, elas somem naturalmente com o passar do tempo devido a uma resposta do próprio sistema imunológico humano. Por causa disso, a preocupação é simplesmente em lidar com os sintomas estéticos e evitar que elas se multipliquem.

Dentre as características sintomatológicas que merecem ser descritas, também destacamos:

  • Elas geralmente aparecem em zonas de pressão
  • Quando apertadas tendem a provocar dor leve
  • Se observadas de perto, pode-se ver pequenos pontos escuros em sua superfície
  • Costumeiramente possuem arestas endurecidas
verruga na mao
O vírus é transmitido pelo contato, o que quer dizer que pode ser transferido não só de uma pessoa para outra, mas também de um lugar do corpo para outro.

Agende sua consulta

Agende uma consulta e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto.

Atendimento de Segunda a Sábado

Transmissão

Você já deve ter ouvido dizer que as verrugas são muito contagiosas. O vírus é transmitido pelo contato, o que quer dizer que pode ser transferido não só de uma pessoa para outra, mas também de um lugar do corpo para outro. Basta um toque para milhares de vírus serem liberados.

Além disso, é possível se contaminar indiretamente, especialmente por meio de superfícies sólidas e duras. Pessoas com lesões sobre a pele como arranhões ou cortes são consideravelmente mais suscetíveis. Além disso, estar com a pele úmida também aumenta o risco, por isso banheiros e piscinas são zonas de alta contaminação.

Apesar de tudo, ter contato com uma verruga não quer dizer que você necessariamente será infectado. Algumas pessoas simplesmente são menos suscetíveis, por motivos ainda desconhecidos.

Causas

Como vimos, as verrugas são causadas pelo Papiloma Vírus Humano, mais conhecido por sua sigla HPV. Estes microorganismos infectam a camada mais superficial da pele, especialmente por meio de lesões ou cortes.

Existem mais de 100 subtipos de HPV e sua disseminação se dá principalmente por meio da autoinoculação.

Fatores imunológicos locais e sistêmicos tem relação com a infecção, por isso, pacientes imunossuprimidos, por exemplo, são particularmente mais propensos a verrugas.

Canal YouTube Juliana Toma

Diagnóstico

O diagnóstico de verrugas é predominantemente clínico. Reconhecê-las é uma tarefa simples. Como vimos, o quadro é marcado pelo aparecimento de uma protuberância sobre a pele com um pequeno ponto negro em seu ápice. Além disso, outra marca importante é que quando raspadas elas sangram.

Geralmente o objetivo da consulta é a exclusão de outros problemas possíveis. Para isso, o dermatologista estudará o caso, começando pela anamnese.

Essa é uma etapa simples da consulta, mas muito útil ao diagnóstico. Serão feitas perguntas sobre o histórico clínico do paciente, doenças presentes em sua família, em especial distúrbios de pele, sua profissão, seus hábitos e vícios, além de mais detalhes sobre a queixa apresentada:

  • Quando a verruga surgiu?
  • A sensibilidade da pele está alterada?
  • Quantas verrugas você encontrou?
  • Há prurido?
  • Você já havia encontrado uma verruga em seu corpo antes?

Se você tem alguma dúvida sobre o tema, este é o momento certo para compreender exatamente do que ser tratam as verrugas e como lidar com elas para evitar problemas futuros.

Que tal levar algumas questões anotadas?

  • As verrugas são doenças?
  • Elas podem evoluir para algo mais grave?
  • Preciso tomar algum remédio?
  • Seria possível retirá-las?
  • O que fazer para evitar a contaminação?

Raramente são necessários exames complementares. No entanto, em casos mais complexos eles podem ser prescritos.

Para esses pacientes, geralmente é recomendada a biópsia da verruga, na maioria das vezes por suspeita de lesão maligna. Além disso, alguns médicos pedem pela tipagem de DNA do vírus, o que apesar de possível, é bastante incomum.

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial serve para eliminar outras doenças possíveis, no caso da verruga, fazem parte dessa avaliação:

  • Calos (calosidade)
  • Líquen plano
  • Queratose seborreica
  • Acrocórdons (papilomas cutâneos)
  • Carcinoma espinocelular

O diagnóstico é importante pois é ele quem direcionará os próximos passos. Se o caso for mesmo uma verruga, não há muito com o que se preocupar.

Em sua maioria elas não requerem tratamento, exceto quando são motivo de dor ou de grandes incômodos estéticos. De qualquer forma, converse com um dermatologista de sua confiança.

O que fazer

As verrugas nem sempre precisam ser tratadas. No entanto, muitas pessoas buscam formas de controle visando eliminar os danos estéticos provocados.

Dentre os tratamentos mais utilizados podemos citar os irritantes tópicos como o ácido salicílico, a cantaridina e a resina de podofilina, e os métodos destrutivos, que incluem a criocirurgia, a curetagem e a eletrocoagulação.

Em geral, tais terapia são menos efetivas em pacientes imunossuprimidos, devido a uma predisposição do corpo à infecções.

A combinação entre os métodos citados e o uso de fármacos é muito utilizada, pois contribui para eliminação completa do vírus evitando possíveis recorrências.

Verrugas comuns

Geralmente as verrugas comuns regridem espontaneamente após alguns anos. Para aqueles que desejam fazer a remoção, os tratamentos recomendados são:

  • Eletrocauterização
  • Criocirurgia com nitrogênio líquido
  • Cirurgia a laser
  • Preparações com acido salicílico

Essa escolha dependerá muito da gravidade do quadro, o dermatologista é a pessoa certa para fazer a indicação.

Verrugas filiformes

As verrugas filiformes podem ser removidas com bisturi, tesoura ou mesmo por meio da curetagem.

É preciso ter cautela durante a retirada, especialmente em regiões mais sensíveis como a face e o pescoço, pois há risco de hiperpigmentação ou despigmentação da pele.

Verrugas planas

Tratar verrugas planas é um pouco mais complexo, geralmente seu tratamento é mais dificultoso e por isso tende a durar mais tempo. A explicação para isso está no fato de elas serem resistentes e geralmente estarem em áreas esteticamente relevantes, o que dificulta a utilização de métodos destrutivos.

Sendo assim, dentre as opções terapêuticas mais indicadas, a tretinoína merece destaque (0,05%). Cremes de peróxido de benzoíla (5%) ou ácido salicílico (5%) podem ser utilizados para potencializar o resultado.

Verrugas plantares

Por serem dolorosas, as verrugas plantares costumeiramente requerem acompanhamento médico. O tratamento tem início com a maceração com ácido salicílico (40%) por vários dias.

Após essa primeira etapa, a verruga deve ser desbridada e amolecida para depois ser destruída por congelamento.

Terapias destrutivas como o laser de CO2 e a luz pulsada também podem ser utilizadas.

Verrugas periungueais

Para verrugas deste tipo costuma ser recomendada uma combinação com nitrogênio líquido e imiquimode (5%) ou ácido salicílico. Esta é uma forma mais eficaz e segura de utilização do nitrogênio líquido no tratamento.

O acompanhamento médico é importante e o tratamento exige grande cuidado, já que há risco de deformidades permanentes em áreas ungueais.

Verrugas recalcitrantes

As verrugas recalcitrantes podem ser tratadas por meio de injeções intralesionais com solução de bleomicina (0,1%). A isotretinoína ou acitretina oral podem ser úteis para verrugas mais extensas.

Além disso, a vacina contra o HPV costuma ser de grande valia para pacientes com diagnóstico de verrugas deste tipo, apesar de sua eficácia ainda não ser totalmente comprovada.

verrugas

Mitos e Verdades

Agora que você já sabe tudo sobre as verrugas, suas causas e como tratar cada um de seus tipos, vamos esclarecer alguns mitos e verdades.

São transmissíveis

Verdade. Como vimos, as verrugas são um problema contagioso, ou seja, são altamente transmissíveis por contato. Isso se dá devido a sua causa, um vírus que se aloja nas camadas mais superficiais da pele.

Pode ser sintoma de uma doença

Mito. A verruga é um distúrbio em si, causado pelo HPV. Raramente elas são indicativo de doenças graves, com exceção das genitais, que podem apontar para doenças sexualmente transmissíveis.

Podem ter relação com a falta de higiene

Verdade. A falta de higiene não é uma causa direta de verrugas, mas pode sim ter relação com o problema. A infecção ocorre quando o vírus entra em contato com o corpo, o que pode ser facilitado por algumas práticas anti-higiênicas como roer as unhas e andar descalço em ambientes públicos.

Só acontece em pessoas idosas

Mito. Na verdade, as verrugas são mais comuns entre os jovens, podendo afetar pessoas de todas as idades.

São um tipo de infecção 

Verdade. As verrugas são causadas por uma infecção viral, mais especificamente pelo Papiloma Vírus Humano.

AGENDAMENTO ONLINE

Agende uma consulta através do nosso WhatsApp

Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP

Agende uma Consulta e saiba mais sobre os tratamentos e protocolos estéticos mais indicados para potencializar suas características naturais.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP: 156490 / RQE: 65521. Médica Especialista em Dermatologia pela SBD. Residência Médica em Dermatologia pela UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo. Pós-Graduação em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica - Principles and Practice of Clinical Research - Harvard Medical School (EUA).

Deixe o seu comentário