Celulite – Principais causas e como tratar

Celulite, conhecida no mundo médico como lipodistrofia ginoide, é o terror de dez entre dez mulheres. Abaixo exploraremos o assunto, informando a você tudo o que pesquisamos sobre este problema que afeta a maior parte da população.

      

O que é celulite?

Praticamente todas as mulheres têm, mas você sabe o que é a celulite? É uma alteração nas células, que ocorre quando há acúmulo de água, gordura e toxinas. Isto as torna cheias e endurecidas, e o local do corpo onde elas estão apresenta ondulações caracterizadas por furinhos indesejados.

Popularmente, a pele fica conhecida como casca de laranja e estas alterações no tecido gorduroso com problemas de circulação causam aumento no tecido fibroso.

      

A celulite é uma doença?

A celulite não é considerada uma doença grave, mas pode causar bastante desconforto nas mulheres por causa da aparência que sua pele fica.

      

Quais são os tipos de celulite?

São três. Esta denominação pertence a uma escala desenvolvida por três médicas brasileiras e avalia a celulite de maneira objetiva. Esta escala, chamada de Cellulite Severity Scale, é reconhecida internacionalmente.

Os fatores que determinam o tipo de celulite são os seguintes:

– número e profundidade de ondulações

– aspecto das áreas onde há presença de celulite

– presença de lesões elevadas

– presença de flacidez

– grau da antiga classificação

 

Cada item recebe uma pontuação de zero a três e a soma dos pontos definirá o tipo de celulite presente:

– leve (um a cinco pontos)

– moderada (seis a dez pontos)

– grave (onze a quinze pontos)

Esta classificação também é importante para definir o melhor tratamento das ondulações. A nova escala é excelente para dar mais precisão aos graus e considera também os detalhes clínicos mais relevantes para o paciente.

      

Quais são as causas?

O que leva uma pessoa a ter celulite? São diversas as causas, mas o excesso de peso é o principal motivo. Porém, é possível notar mulheres no peso (ou até abaixo) que possuem celulite.  Nestas pessoas, a causa é um desequilíbrio entre a quantidade de gordura e a massa muscular.

O excesso de gordura, mais a ação dos hormônios femininos, com alterações na microcirculação sanguínea e dos vasos linfáticos é a combinação ideal para a formação de celulite.

Além disso, fatores externos podem aumentar as chances delas se desenvolverem. São:

– cigarro

– poluição

– estresse

– má alimentação

– falta de exercícios físicos

      

Fatores de risco

Porém, ainda existem pessoas onde o desenvolvimento de celulite pode ser maior. A incidência é grande em mulheres, sendo oito em cada dez. No sexo feminino, o acúmulo de gordura acontece com mais frequência nas coxas, quadril e nádegas, que são áreas propícias para a formação de celulite.

Além do fator sexo, o peso pode afetar o surgimento destas ondulações. Como citamos acima, as chances são maiores quando a pessoa está fora de forma, especialmente quando houve emagrecimento.

Os fatores externos mencionados também são risco para o surgimento de celulite, incluindo estes abaixo:

– alimentação rica em gordura

– metabolismo lento

– alterações hormonais

– sedentarismo

– gordura corporal total

– espessura e cor da pele (mais visível em pele clara)

      

Sintomas de celulite

As covas ou depressões na pele, conhecidas como casca de laranja, são as manifestações clínicas aparentes de celulite. Em alguns casos elas só aparecem quando a pele é pressionada, mas nas situações mais graves a pele se apresenta mais acidentada, mesmo sem compressão.

Estas ondulações costumam aparecer nas nádegas e coxas, mas também é comum aparecerem nos braços, barriga e seios.

Quando está no estágio inicial, a celulite não apresenta outro sinal, porém em estágios avançados pode ocorrer:

– região mais fria

– dor, sensibilidade ou endurecimento

– aspecto irregular da pele

 

A consulta com o especialista

A celulite não é considerada uma doença, por isso não é necessário buscar ajuda médica para tratamento, a não ser que a pessoa deseje, já que ela é considerada uma condição normal.

Porém, é recomendável consultar um médico ou nutricionista porque normalmente este problema é indicativo da falta de hábitos saudáveis, e isto sim, é importante tratar. Procurar um profissional de saúde é o primeiro passo para começar a cuidar de si.

      

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de celulite é feito totalmente de maneira física, analisando as ondulações de acordo com a escala.

      

Como é feito o tratamento?

São diversas as técnicas disponíveis para o tratamento de celulite. Os profissionais envolvidos podem ser dois: o dermatologista e o cirurgião plástico. Eles são responsáveis por diagnosticar e acompanhar o progresso de melhoria.

Drenagem linfática: indicada para todos os graus de celulite, ela é uma massagem que melhora a circulação local e elimina os líquidos retidos nos tecidos. Os resultados são mais visíveis nos estágios iniciais e diminui a sensação de inchaço, além de melhorar os sintomas nos casos mais graves.

Massagem modeladora: a drenagem atua somente no sistema linfático, enquanto a massagem modeladora também age nas placas de gordura. Sozinha, ela não tem muito efeito sobre a celulite, mas combinada com aparelhos pode gerar resultados bastante satisfatórios.

Creme anticelulite: os resultados destes cremes não foram comprovados, porém, melhoram os sinais se o uso for combinado com hábitos saudáveis, além de outros tratamentos. O que se nota é uma melhora discreta na microcirculação, além do aumento na formação de colágeno, representando pequena melhora no aspecto em geral da celulite.

Endermologia: é um tratamento feito com um aparelho composto por dois rolos e um sistema de sucção. Ele estimula a circulação e faz drenagem linfática, sendo recomendado nos casos moderados e graves.

Radiofrequência: este é um dos tratamentos realmente eficazes contra a celulite, pois estimula a produção de colágeno e diminui o aspecto de furos na pele. É um método dos mais duradouros e trata celulite em todos os graus, principalmente quando há flacidez.

Mesoterapia: é um conjunto de medicamentos indicados pelo dermatologista, com o objetivo de diminuir a gordura na região. O tratamento pode deixar hematomas, porém não causa dor. Os resultados serão potencializados com hábitos saudáveis.

Cirurgia a laser: na área a ser tratada, são inseridos pequenos canos (com anestesia local). Por estes furos o laser passa, destruindo a gordura localizada. A cirurgia ainda estimula a produção de colágeno e deixa a pele mais firme. Porém, é um procedimento invasivo, doloroso, que deixa hematomas e há os riscos de uma cirurgia.

Carboxiterapia: uma injeção de dióxido de carbono melhora a oxigenação dos tecidos, bem como a circulação sanguínea. Isto também pode reduzir a flacidez decorrente da celulite, porém a maioria dos especialistas não recomenda este método, que deve ser feito sob supervisão de um dermatologista.

Ainda existem diversos outros tratamentos para celulite, como:

– ultrassom com lipolíticos

– gesso liporredutor

– criolipólise

– subcisão

– lipocavitação

– ondas acústicas

– corrente russa

– medicamentos

Somente um dermatologista poderá indicar o método adequado para o tratamento da celulite, bem como a manutenção do tratamento.

      

Mudança de hábitos

Como já foi citada diversas vezes neste texto, a mudança de hábitos é essencial tanto para o tratamento quanto para a prevenção de celulite.

– É fundamental alimentar-se bem, diminuindo o consumo de sal, já que ele é responsável por aumentar a retenção de líquidos no organismo.

– Também se recomenda beber dois litros ou mais de água por dia, podendo ser alternado o consumo com chás e sucos naturais sem adoçar. Esta precaução elimina as toxinas do corpo.

– A ingestão excessiva de gorduras e açúcar favorece o aumento de celulite, portanto carboidratos simples, doces e gorduras trans devem ser consumidos parcamente.

– Alimentos fritos, processados, enlatados e refinados são ricos em conservantes e sal, além de corantes e substâncias artificiais. Estes produtos dificultam a digestão e aumentam a quantidade de toxinas no sangue. Troque-os por alimentos crus, cozidos no vapor ou integrais.

– Pratique exercícios físicos pelo menos três vezes na semana. A celulite é semelhante a um infarto nos vasos sanguíneos da pele, resultado de problemas circulatórios. Para melhorar o aspecto dos furinhos já presentes e prevenir o aparecimento de outros, a atividade física é excelente. Além de eliminar gordura localizada nos glúteos e no quadril, também há melhora na circulação em geral.

– Mude seus hábitos: use salto alto com moderação, não fique muito tempo sentado, ande mais a pé, use escadas, etc.

      

Há como prevenir a celulite?

Conhecendo-se a causa da celulite é possível informar ao paciente como prevenir o aparecimento de novas ondulações. Porém, seguindo-se a mudança de hábitos sugerida acima, de maneira geral conseguem-se bons resultados.

Portanto, a dica fundamental é manter uma alimentação equilibrada, rica em fibras e pobre em carboidratos simples, açúcar, sal e gorduras saturadas. O hábito de fumar deve ser evitado, assim como a ingestão de refrigerantes e bebidas alcoólicas.

Os exercícios mais recomendados para melhorar a circulação sanguínea são os aeróbicos e a ginástica localizada intercalada. Pratique por pelo menos trinta minutos por dia.

Resumindo, a celulite não é uma doença grave, mas deixará sua pele com aspecto feio, semelhante à casca de laranja. Comece o tratamento de celulite hoje mesmo, mudando seus hábitos e melhorando sua saúde. Os resultados virão em breve!

Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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